sexta-feira, 8 de junho de 2012

Como preparar um cafezinho em duas horas

Algum dia você já parou para pensar no quanto pode ser difícil fazer e tomar um simples cafezinho? Não? Como assim? Será que essas coisas só acontecem comigo? Ok! vou explicar o porquê dessa série de questionamentos e, para começar, nada melhor do que começar do começo (COMEÇAR DO COMEÇO, nossa que inteligente).
Hoje acordei todo arrebentado. Êpa! Não é o que você está pensando. Não briguei com ninguém, apenas acordei sem disposição, dor de cabeça e dores por todo o corpo. Abri a janela, a maior chuva lá fora. Decidi logo entrar em contato com a galera do trabalho para avisar que não trabalharia. Tudo certo, desejaram melhoras.
Passadas algumas horas, chequei minha página no Facebook e também meu email, nada de interessante. Senti que já estava melhor e que já podia levantar da cama. Novamente olhei pela janela e a chuva tinha dado uma trégua. Na mesma hora a barriga começou a gritar, fome. “Hora de sair e comprar algo para comer, mas ainda são 8:30 da manhã, acho que deve estar tudo fechado”, pensei. Ainda assim fui e, para minha surpresa e alegria da minha barriga, os mercados já estavam funcionando. Comprei pães.
Quando saí do mercado a chuva estava mais forte do que nunca, um verdadeiro temporal e eu sem sacola, com dois pães debaixo dos braços e o pior, sem guarda-chuva. Pensei em esperar até que a situação amenizasse, mas minha barriga gritou mais alto: “meu filho, não agüento esperar” e me puxou. Tive que enfrentar todo aquele aguaceiro. Cheguei em casa como alguém que acabara de sair do banho com roupa e tudo, ‘ensopado’, como diria minha mãe.
Fiquei muito orgulhoso com meu improviso
Comecei a preparar tudo para fazer o café. Peguei a garrafa que comprei há alguns meses atrás e procurei um coador, não tinha. Mas, como todo e bom solteiro, improvisei. Lembrei que tinha guardado um daqueles papéis usados para filtrar o café e que tinha jogado uma garrafa de leite no lixo, peguei, cortei, fiz meu próprio suporte e pensei: “muito bem Wesley, contribuindo com o meio-ambiente”, me achei o tal. Fiz o café e comecei a coar, mas tava indo muito devagar. Puxei o papel para cima e de repente o café desceu todo de uma vez, o papel rasgou embaixo, “merda”, gritei.
Coloquei o café de volta na panela e usei dois papéis ao invés de um para não correr o risco de rasgar outra vez. Comecei a coar, derramei no balcão, peguei um copo, derramei no fogão também, me estiquei e peguei o pano para limpar com uma das mãos, “não seu tonto, esse é o pano de prato”, gritei. O desespero tomou conta de mim. Quando dei por mim, tinha sujado quase todas as louças que tinha acabado de lavar. No balcão tinha faca, colher, garrafa, caixa, panela, panos e até tesoura. Caos total, mas consegui. Experimentei o café, horrível, mas já era de se esperar.
"Quando dei por mim, tinha sujado quase todas as louças que tinha acabado de lavar"

A essas alturas o café já tava completamente frio e os pães que comprei duros. Enfim pude tomar meu pretinho que comecei a preparar no fogão e terminei no microondas, só para dar o toque final (esquentar mesmo). Quando me sentei, olhei para a pia e, com uma visão mais ampla, enxerguei nitidamente a desordem causada por alguém que só queria um simples cafezinho. Envergonhei-me e timidamente comecei a amamentar minha barriga que não tava nem ai para o que tinha acontecido naquela casa.
Depois das duas horas que gastei para fazer e tomar meu café respirei fundo, uma respiração de dever cumprido, “hora de descansar”, pensei, mas quando olhei no relógio já era hora de levantar para fazer o almoço. Esse era um caso para ser pensado e repensado, porque se gastei duas horas para fazer o café, no almoço poderia gastar o dobro, o triplo e por ai vai. Comecei a cozinhar, daí...

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Nada de “mico” na hora de ir às compras

Está vindo para Dublin? Então é bom ficar atento a algumas dicas para não fazer feio na hora em que for às compras. Logo na entrada de alguns mercados estão os carrinhos usados para carregar as compras. Note que todos eles estão presos uns aos outros por uma corrente e que só podem ser usados depois de um depósito de 1 euro em um pequeno local destinado a moedas, localizado no próprio carrinho. Sem o depósito não há chances de usá-los, mas se for comprar uma coisa ou outra poderá usar as cestinhas fornecidas gratuitamente.

Outra dica também importante é saber que no comércio de Dublin não é comum você encontrar sacolas plásticas gratuitas nos caixas para embalar as compras. Por aqui é normal as pessoas levarem mochilas para empacotá-las ou, no caso das mulheres, enfiá-las dentro da própria bolsa. Caso seja pego desprevenido, o que é normal, você terá a opção de pagar por uma sacola no próprio caixa, para isso precisará desembolsar entre 0,15 e 0,30 cents de euro por unidade. Se ainda assim não quiser pagar pelas bags, você poderá carregar suas compras nas mãos e andar tranquilamente pelas ruas, o que é comum na capital irlandesa. 

A história muda quando as compras são feitas em lojas de roupas. A maioria delas fornece sacolas para seus clientes, já algumas dão até os cabides que carregam as roupas expostas. Vale lembrar que os caixas não são muito amigáveis quando o pagamento é feito com muita moeda, muitos deles costumam rejeitá-las. Nesse caso a dica vale tanto para os mercados como também para as lojas de roupas.

Agora que você já sabe como agir diante dessas situações, boas compras!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Hummm delícia!


A primeira vez que fomos às compras em Dublin ficamos impressionados com os preços, (quase tudo) muito barato. Parecíamos um bando de desesperados e mortos de fome, passávamos nas prateleiras e jogávamos quase tudo dentro do carrinho, se algo estivesse com uma ‘cara’ boa decidíamos comprar. Mas foi nesse desespero que cometemos o primeiro erro, o qual tivemos que conviver por quase um mês.

Gostosinho
Não me esqueço da cara da Suene, toda feliz no corredor do Tesco, com duas garrafas enormes de suco de laranja entre seus braços, dizendo: “Olha amigo, está super barato!”. Sempre batizamos cada uma dessas nossas escolhas frustradas, os nomes têm que combinar com as coisas, é quase que automático. Pois bem, aquele suco ficou conhecido como o Gostosinho. Ele era horrível, ácido e doce, colocávamos água para disfarçar aquele sabor, mas de nada adiantava. Tudo o que é bom dura pouco, mas o que é ruim parece não ter fim! O Gostosinho durou quase um mês, a Suene foi quem arrematou o último gole (oh dó!).

A essas alturas estávamos com medo de comprar suco, medo de que todos fossem iguais ao Gostosinho. Não satisfeitos com fim do dito cujo (metáfora), resolvemos cometer outro erro. Um dia no Iceland, vi um refrigerante com uma aparência muito boa, super barato e parecido com a coca-cola, algo que é muito caro por aqui, decidimos comprar. Quando chegamos em casa percebemos que era ela, a fêmea, a esposa, a própria, a Gostosinha. Ela era fraca, sem gosto e só tinha gás, era do tipo de fechar o nariz, prender a respiração e passar para dentro. Bem feito!

Conversamos com alguns amigos que moram há mais tempo por aqui e eles até riram de nós, o que não podia ser diferente. Deram-nos várias dicas de economia e de como escolher melhor nossas coisas na hora das compras, ficamos mais animados. Alguns dias depois dando uma passada no Lidl resolvemos comprar outro tipo de refrigerante, crentes de que tínhamos acertado dessa vez, oh tristeza! O gosto nem precisa comentar, acho que também não preciso falar que gás era o que mais tinha, né? Compramos o Marronzin (MarronMenos) por 55 cents de euro, mas para falar a verdade ele era bem melhor do que os dois últimos.

Ontem saímos da igreja e resolvemos passar no Tesco novamente, queríamos algo para comer, mas ainda não estávamos certos do que compraríamos. Passei pela seção de doces e vi uma torta de caramelo que namorava há um bom tempo, compramos. Ainda no mesmo mercado, não cansados de testes, compramos um refrigerante, nunca nem tínhamos visto, nem bebido. Outra vez a boa aparência encheu nossos olhos.

Pretinha
Assim que chegamos em casa experimentamos as mais novas ‘aquisições’. É, era melhor ter voltado para casa com fome e sem nada. O refrigerante transparente, cheio de gás, de laranja não tinha nada. A torta mais parecia um daqueles doces de leite que eu comprava na ‘vendinha rosa’, perto da minha casa, quando era criança. Conclusão: o refri ficou conhecido como o Delicinha ou Delis Delis e a aparente torta de caramelo como Pretinha.

Acho que ainda não estamos satisfeitos, afinal é errando que se aprende. Vamos ter que errar mais um bocado até acharmos as coisas certas. Vale lembrar que nunca é bom se deixar levar pelas aparências, palavra de quem já passou por poucas e boas!

See you!!!

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Um beijo Xuxa!


Foto: Wesley Bispo
Dia bonito hoje, parece que o sol resolveu “brotar”. Agora em casa sem fazer absolutamente nada resolvi escrever um pouco e contar como anda a minha sobrevivência aqui em Dublin (mereço um prêmio por ser tão dramático). Não sei nem por onde começar, será que posso mencionar neste post que ainda sinto saudade da minha família? Melhor não, né? Aliás, esse negócio de toda hora ficar falando que sinto saudades está ficando chato. O pior é que está mesmo, pois até eu já estou comentando, mas eu ainda sinto muita saudade (kkkkkkk). Falando nisso, um beijo para minha mãe, para os meus irmãos, para os meus amigos e especialmente para você caro leitor. Caramba, agora falei como as crianças que iam ao programa da Xuxa (um beijo Xuxa!).


Hoje levantei cedo, tomei meu cafezinho e fui à biblioteca. Antes passei num desses lugares onde você paga e pode fazer ligações para qualquer lugar do mundo e liguei para minha avó (niver da minha vovozinha hoje). Falei com o carinha que liberava o sistema e ele me disse que eram apenas 0,09 cents de euro por minuto, fiquei super feliz. Acabou que conversei com minha avó apenas 10 minutos e paguei 3 euros (absurdo!). Não entendi muito a matemática do carinha, de acordo com os meus cálculos 10min X 0,09 = 0,90 cents e eu paguei 3 euros, enfim, depois procuro um economista, matemático ou sei lá quem para esclarecer essa dúvida cruel.


Daqui a algumas horinhas vou à casa da Leidiane, uma colega de sala, comer hot dog (delícia). Já está tudo certo, há algumas horas atrás falei com a Go Enn, uma colega coreana que estuda comigo e combinamos de nos encontrarmos e irmos juntos, ela, sua amiga, a Suene e eu. Lá estará a Patrícia e alguns outros colegas. Esses encontros são super importantes para trocar figurinhas, fugir um pouco da rotina e, é claro, praticar o inglês. Tinha planejado conhecer a praia hoje, mas num rolou e olha que hoje tem um solzinho, não que teríamos coragem de entrar na água, impossível alguém arriscar isso por aqui. Até agora não descobri porque eu trouxe sunga e protetor solar se nem minhas bermudas consigo usar, frio demais por aqui minha gente!


Então é isso, vou ficando por aqui e nos encontramos numa próxima oportunidade. See you then folks!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Inverno Europeu


Nos últimos dias vários países da Europa têm sido afetados pelas baixíssimas temperaturas. Devido ao forte frio já foram contabilizadas mais de 100 mortes em diversas partes do continente europeu. A situação de calamidade extrema obrigou os governos a acionarem o Exército para distribuir alimentos, medicamentos e organizar abrigos para quem não possui teto. Segundo informações do Ministério das Emergências, já são mais de 1600 centros habilitados a receber e fornecer alimentos a pessoas desabrigadas.

Foto: g1.com
A repentina baixa de temperatura surpreendeu a população da Ucrânia, onde registros abaixo de 15 graus negativos são raros. Nós últimos cinco dias os termômetros registraram 33 graus abaixo de zero, pelo menos 30 pessoas morreram no país e 700 foram hospitalizadas por hipotermia e lesões causadas pelo gelo. O frio também castigou a Bósnia, em algumas zonas do país a temperatura desceu para os 30 graus negativos. A população foi advertida acerca de uma possível onda de frio nos próximos dias. Os dias também não têm sido quentes para os habitantes da Bulgária, Romênia, Polônia e da Sérvia.  

Com 30 graus negativos, a Polônia tinha constatado cinco mortes pelo frio até a noite dessa segunda-feira (1), totalizando 21 mortos. De acordo com o Ministério do Interior, a liberação de monóxido de carbono, devido ao mau estado de conservação das estufas, pode ter causado a morte de algumas dessas pessoas. Também foram registrados dois casos fatais na República Tcheca e na Eslováquia.

Na Bulgária a temperatura desceu até os 38 graus, o inverno rigoroso já causou a morte de 10 pessoas no país. Na fronteira entre a Bulgária e a Romênia, o rio Danúbio teve 350 quilômetros de suas águas congeladas entre as cidades de Lom (oeste) e Silistra (leste). Já são mais de 400 escolas fechadas por causa do mau tempo, as autoridades temem a uma epidemia de gripe. A polícia confirmou ainda a morte de uma mulher, dois idosos, além de mais duas pessoas desaparecidas na Sérvia.

Na Irlanda os dias também têm sido bem gelados, mas nada demais que possa deixar os irlandeses alarmados. Em Dublin, a previsão para a próxima sexta-feira (3) é de que as temperaturas não devem ficar acima nem abaixo de 6ºC. No sábado (4), mínima de 2ºC e máxima de 8ºC, já no domingo as temperaturas variam entre 6 e 9ºC.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

It’s hard to live abroad!

It’s hard to live abroad. Já perdi as contas de quantas vezes disse isso. Acho que até meu professor se cansou de ouvir minha resposta toda vez que chego na sala e ele pergunta “hey Wesley, what’s the craic?”, a reposta é sempre a mesma “trying to survive”. Esses dias estive conversando com alguns amigos de sala a respeito de como as coisas são diferentes quando você passa a vivê-las. Quando se está distante, perguntas como “e ai, tá gostando? ou “e como são as pessoas, o país?” são freqüentes. A pior parte é quando você comenta com aqueles que estão no Brasil sobre sua saudade e todos dizem a mesma coisa, parece até um coral com vozes bem afinadas e regidas por um maestro: “quantos não queriam estar no seu lugar?”, não que eu não esteja satisfeito com minha nova vida na Europa, independência e tudo mais, mas quando saímos de perto de todas as pessoas que estamos acostumados a viver, tudo se distancia, parece que elas estão vivendo suas vidas e você está sendo apagado automaticamente de suas memórias, isso me dá medo.


Tenho mais medo quando lembro que ainda nem completei um mês morando em Dublin e que falta muito tempo para eu ver aqueles que amo tanto, me assusta mais ainda o fato de não saber se os verei daqui a um ano, dois, três ou sei lá quando. Kayo, oh falta que me faz aquele menino! Quando me lembro que por longos anos vou ter que acordar sem seus beijos e seu bom-dia mal explicado, pedindo seu ‘nanone’ e me rogando para levantar, eu choro. E quando eu levantava do sofá e ele pulava nas minhas costas me fazendo de cavalinho? sem falar das vezes que expulsava meu tédio me convidando para jogar bola ou levá-lo para andar de bicicleta na rua, tempos bons aqueles. MEU MOGINHO TE AMU!

Nunca pensei que fosse dizer isso, mas até os gritos de estresse da minha mãe nos dias de faxina em casa me fazem falta. Oh mulherzinha difícil! Nada estava bom para ela, quando chegava em casa já começava a reclamar das coisas fora do lugar, que a casa não estava limpa do jeito que ela gostava e blá, blá, blá. TE AMO MÃE! E o que falar da minha vovozinha que AMO de montão? Ah, na maioria dos fins de semana íamos para sua casa conversar, rir muito e, claro, comer aquele frango no molho e aquele bife acebolado que só a dona Maria sabe fazer. SAUDADE VÓ! Saudade também de assustar a minha irmã. Toda vez que ela estava banhando eu me escondia atrás da porta de seu quarto e a surpreendia com aquele susto...huahuahua SAUDADES Mariana (banana), Kika (horrorosa), Tiago (flor) e Nana (bonita)! Primos, tios e amigos vocês estão guardados aqui no meu coração também, viu?

Desde o dia em que cheguei à Irlanda não visitei nada, quisera eu que o frio e a chuva (sometimes) fossem os culpados pelos meus dias de urso hibernando dentro de casa. Fiquei carente e, consequentemente, mais emotivo. Tudo me faz lembrar algum momento da minha vida, pode ser um sorriso de uma criança passando com seus pais ao meu lado, uma frase escrita ou apenas um gesto, não importa a ordem ou a classe das coisas. Já recebi vários convites para sair na noite, conhecer o Temple Bar, experimentar a Guiness, visitar ruínas, viajar para outras cidades e até outros países da Europa, mas ainda estou resistindo. Dizem que se você vier à Irlanda e não visitar o Temple Bar, pub conhecido, creio eu que, mundialmente, e não beber um copo da cerveja Guiness, é a mesma coisa de não ter passado pelo país. Quem sabe não role nesse próximo fim de semana dá uma saidinha, né? Maybe I’ll tried it!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Dublin, chegamos!

Foto: Wesley Bispo

Imagine você com sua família, amigos e ‘agregados’. Imagine festas, comemorações e todo tipo de confraternizações que costumam fazer juntos. Pense também naquele dia que você passou poucas e boas com uma dessas pessoas, nos sufocos que custaram respirações mais ofegantes, enfim, tente pensar em todos aqueles momentos que foram bons e ruins, mas que você nunca se arrependeu de tê-los vivido. Agora, abra os olhos! Viva a realidade! Veja que você não terá mais essas pessoas ou não viverá mais esses momentos, pelo menos pelos próximos anos. Ficou mais difícil, não é verdade?

Há seis anos atrás, aproximadamente, decidi que assim que terminasse a universidade, iria estudar no exterior. Ainda não estava certo do que iria estudar, mas seguro de que sairia do Brasil. Quando estava cursando o 2º semestre do curso de jornalismo em Brasília, conheci a Suene Cristina, que veio de outra universidade diretamente para a sala em que eu estudava. Tornamos-nos amigos. Já no 6º semestre contei a ela meus planos de sair do país e, para minha surpresa, a Suene decidiu fazer o mesmo.

Viajamos de Brasília a São Paulo e logo para a Inglaterra, onde pegaríamos o voo que nos levaria até a Irlanda. O primeiro susto foi quando chegamos em Londres, muito frio. Português também não era mais necessário. Perdemos o voo para a capital irlandesa, mas tivemos sorte porque conseguimos um encaixe para duas horas depois. Chegamos em Dublin dia 10 de janeiro de 2012, data que, sem dúvida alguma, ficará guardada em nossas memórias. Não conseguimos pegar as bagagens por conta do nosso atraso, por ter perdido o voo que partiu de Londres. Preenchemos um formulário e fomos informados de que só receberíamos nossas malas no período da noite, saímos tristes.

Saindo do aeroporto resolvemos ligar para a família no Brasil, pagamos 10 euros por um cartão telefônico em um caixa eletrônico e não soubemos usá-lo. Resultado: até hoje temos o bendito cartão. Tomamos um táxi e pedimos para o motorista nos levar até o endereço onde ficaríamos. Rodamos, rodamos e rodamos e o motorista, que era super comunicativo e simpático, não conseguia localizar o prédio. Muito prestativo, ele telefonou e conseguiu falar com o Jimmy Castro, que nos esperou no aeroporto e, não encontrando, acabou voltando para casa. Conhecemos a casa onde supostamente ficaríamos, decidimos ficar. Devidamente hospedados e guiados pelo Jimmy, fomos conhecer alguns pontos que, segundo ele, passaríamos a freqüentar muito.

Na noite anterior havíamos feito uma lista de tudo que precisaríamos no nosso ‘apê’ e no dia seguinte fomos às compras. No supermercado não conseguíamos achar nada, as embalagens eram diferentes, o que para nós antes era encontrado em pacotes de plástico, agora vinha em pacotes de papel e o que costumávamos comprar em caixinhas, agora era em garrafa, como o leite por exemplo. Depois de muito tempo procurando o sal, fomos para o caixa. Passamos todos os produtos, pagamos e ficamos esperando pelas sacolas para embalar as coisas. A moça do caixa ficou olhando para a nossa cara e nós para a dela. Foi então que perguntei onde estavam as sacolas, ela me respondeu em tom irônico de que tinha que se pagar por elas e que custavam 24 cents de euros, foi então que olhei ao nosso redor e percebi que as pessoas enfiavam seus produtos em suas bolsas e mochilas depois de pagos, ficamos sem graça. Na verdade esse não foi o único ‘mico’ que pagamos, houve outros. Tem o da Suene quebrando a sandália numa das ruas mais movimentadas daqui. Ela também deixou que uma maçã escapasse da sacola e descesse ladeira abaixo e o povo olhando, entre outros, mas esses são assuntos para um outro post. Dublin chegamos.