Algum dia você já parou para pensar no quanto pode ser difícil fazer e tomar um simples cafezinho? Não? Como assim? Será que essas coisas só acontecem comigo? Ok! vou explicar o porquê dessa série de questionamentos e, para começar, nada melhor do que começar do começo (COMEÇAR DO COMEÇO, nossa que inteligente).
Hoje acordei todo arrebentado. Êpa! Não é o que você está pensando. Não briguei com ninguém, apenas acordei sem disposição, dor de cabeça e dores por todo o corpo. Abri a janela, a maior chuva lá fora. Decidi logo entrar em contato com a galera do trabalho para avisar que não trabalharia. Tudo certo, desejaram melhoras.
Passadas algumas horas, chequei minha página no Facebook e também meu email, nada de interessante. Senti que já estava melhor e que já podia levantar da cama. Novamente olhei pela janela e a chuva tinha dado uma trégua. Na mesma hora a barriga começou a gritar, fome. “Hora de sair e comprar algo para comer, mas ainda são 8:30 da manhã, acho que deve estar tudo fechado”, pensei. Ainda assim fui e, para minha surpresa e alegria da minha barriga, os mercados já estavam funcionando. Comprei pães.
Quando saí do mercado a chuva estava mais forte do que nunca, um verdadeiro temporal e eu sem sacola, com dois pães debaixo dos braços e o pior, sem guarda-chuva. Pensei em esperar até que a situação amenizasse, mas minha barriga gritou mais alto: “meu filho, não agüento esperar” e me puxou. Tive que enfrentar todo aquele aguaceiro. Cheguei em casa como alguém que acabara de sair do banho com roupa e tudo, ‘ensopado’, como diria minha mãe.
Fiquei muito orgulhoso com meu improviso |
Comecei a preparar tudo para fazer o café. Peguei a garrafa que comprei há alguns meses atrás e procurei um coador, não tinha. Mas, como todo e bom solteiro, improvisei. Lembrei que tinha guardado um daqueles papéis usados para filtrar o café e que tinha jogado uma garrafa de leite no lixo, peguei, cortei, fiz meu próprio suporte e pensei: “muito bem Wesley, contribuindo com o meio-ambiente”, me achei o tal. Fiz o café e comecei a coar, mas tava indo muito devagar. Puxei o papel para cima e de repente o café desceu todo de uma vez, o papel rasgou embaixo, “merda”, gritei.
Coloquei o café de volta na panela e usei dois papéis ao invés de um para não correr o risco de rasgar outra vez. Comecei a coar, derramei no balcão, peguei um copo, derramei no fogão também, me estiquei e peguei o pano para limpar com uma das mãos, “não seu tonto, esse é o pano de prato”, gritei. O desespero tomou conta de mim. Quando dei por mim, tinha sujado quase todas as louças que tinha acabado de lavar. No balcão tinha faca, colher, garrafa, caixa, panela, panos e até tesoura. Caos total, mas consegui. Experimentei o café, horrível, mas já era de se esperar.
"Quando dei por mim, tinha sujado quase todas as louças que tinha acabado de lavar" |
A essas alturas o café já tava completamente frio e os pães que comprei duros. Enfim pude tomar meu pretinho que comecei a preparar no fogão e terminei no microondas, só para dar o toque final (esquentar mesmo). Quando me sentei, olhei para a pia e, com uma visão mais ampla, enxerguei nitidamente a desordem causada por alguém que só queria um simples cafezinho. Envergonhei-me e timidamente comecei a amamentar minha barriga que não tava nem ai para o que tinha acontecido naquela casa.
Depois das duas horas que gastei para fazer e tomar meu café respirei fundo, uma respiração de dever cumprido, “hora de descansar”, pensei, mas quando olhei no relógio já era hora de levantar para fazer o almoço. Esse era um caso para ser pensado e repensado, porque se gastei duas horas para fazer o café, no almoço poderia gastar o dobro, o triplo e por ai vai. Comecei a cozinhar, daí...